Krisnamuti
Para nossa Reflexão
Os seres humanos gostam de matar, seja uns aos outros, seja um inofensivo gamo de olhos claros na
floresta, ou um tigre que atacou o gado. Na estrada, passa-se deliberadamente por cima de uma serpente;
arma-se uma armadilha para pegar um lobo ou um coiote. Pessoas bem vestidas e risonhas saem com suas
poderosas armas e matam os pássaros que cantam chamando uns aos outros. Um menino mata um ruidoso
gaio azul com sua espingarda de ar comprimido, e os adultos ao seu redor nunca demonstram tristeza nem
censura; ao contrário, dizem que o garoto atira bem. Matar pelo assim chamado esporte, para obter
alimentação, pelo país, pela paz - não há muita diferença nesses modos de matar. A justificativa não é a
resposta. Só há uma resposta:
não matar. No ocidente, pensamos que os animais existem para saciar nossa
fome, ou para o prazer de matar, ou para tirarmos sua pele. No oriente, durante séculos, foi ensinado e
repetido pelos pais: não matem, sejam misericordiosos, tenham compaixão. Aqui, os animais não têm alma
e, portanto, podem ser mortos impunemente; lá, os animais têm alma e, portanto, pensem nisso e procurem
sentir amor. Aqui, é considerado normal comer animais e pássaros; trata-se de algo aprovado pela Igreja e
pela propaganda; lá não é, e o homem ponderado, religioso, por tradição e cultura, jamais come essa carne.
Mas isso também está sendo rapidamente alterado. Aqui, sempre matamos em nome de Deus e do país, e
agora esse hábito foi adotado em todos os lugares. A matança está se espalhando; quase que da noite para
o dia as culturas antigas estão sendo postas de lado e a inquietação e os meios de destruição estão sendo
cuidadosamente mantidos e fortalecidos.
A paz não depende do político nem do sacerdote, do advogado ou do policial. A paz é um estado mental quando
há amor.
Krishnamurti
http://br.groups.yahoo.com/group/luz/message/27003
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